Filas de até quatro horas marcaram o primeiro dia do novo sistema europeu de controle de fronteiras no Aeroporto de Lisboa.
No dia 12 de outubro de 2025, a União Europeia iniciou a implementação gradual do Entry/Existe System – EES, ou Sistema de Entrada/Saída (SES), com impacto direto nos aeroportos de países que fazem parte do Espaço Schengen. A meta é modernizar o controle de fronteiras externas, substituir os tradicionais carimbos de passaportes e tornar o processo mais digital.
Logo nos primeiros dias de operação, surgiram relatos de esperas prolongadas em aeroportos internacionais, inclusive em Portugal, exigindo ajustes imediatos nas operações de controle de imigração.
O que é o EES e por que ele foi criado?
O EES/SES é um sistema automatizado de fronteira que visa registrar, de forma eletrônica, as entradas e saídas de pessoas que não pertencem à UE ou ao Espaço Econômico Europeu ou à Suíça.
Ele substitui o antigo método de carimbo no passaporte e passa a armazenar informações como:
- Data e local de entrada e saída;
- Dados biométricos (como reconhecimento facial e digitais);
- Tempo de permanência dentro do espaço Schengen.
A proposta é aumentar a segurança, reduzir fraudes e facilitar o controle de quem ultrapassa o limite legal de estadia (geralmente 90 dias a cada 180).Durante o período de transição, os procedimentos manuais (como o carimbo de passaporte tradicional) poderão coexistir com o sistema eletrônico, conforme a maturação da infraestrutura nos pontos de fronteira. A previsão é que o EES esteja totalmente implementado em todos os pontos até 10 de abril de 2026.
Por que o sistema gerou filas e atrasos?
Na teoria, o EES deveria tornar os processos mais rápidos e precisos. Na prática, a adaptação inicial provocou o efeito oposto.
A principal causa das filas foi a combinação de dois fatores: infraestrutura insuficiente e necessidade de cadastramento inicial. Como todos os passageiros de fora da UE precisam registrar seus dados biométricos pela primeira vez, o tempo de atendimento aumentou consideravelmente.Além disso, houve falta de informação e de sinalização adequada nos aeroportos, o que confundiu viajantes e funcionários, resultando em longas esperas e atrasos em voos de conexão.
Primeiros dias da validação eletrônica em Portugal
Em Portugal, foram registradas filas longas nos controles de passaporte nos dias iniciais após a ativação do EES.
No aeroporto de Lisboa, passageiros apontaram dificuldades na distinção entre fluxos de passageiros comunitários e extracomunitários, o que dificultou a logística das filas.
As autoridades aeroportuárias chegaram a recomendar que os passageiros chegassem com até três horas de antecedência, embora em alguns casos isso ainda não fosse suficiente para evitar atrasos significativos no controle fronteiriço.
Parte do congestionamento se explica pela adaptação inicial: equipamentos, terminais automáticos e fluxos de trabalho ainda em fase de ajuste; ao mesmo tempo, muitos viajantes não sabiam que o novo sistema já estaria ativo, gerando surpresas e incertezas.
Além disso, aeroportos com maior volume de tráfego tendem a sofrer mais com gargalos no início da operação, até que o fluxo se estabilize.
Quem é afetado?
O impacto maior é sobre cidadãos de países fora do bloco europeu como brasileiros, americanos, britânicos e outros turistas que precisam passar pelo controle de imigração.
Mesmo quem viaja com frequência deve realizar o novo cadastro no primeiro embarque após a entrada em vigor do sistema.
Como se preparar para evitar transtornos
A Start! recomenda que quem planeja viajar para a Europa nas próximas semanas ou meses esteja atento a algumas medidas práticas:
- Chegue com antecedência ao aeroporto — especialmente nos primeiros meses de adaptação.
- Tenha os documentos à mão, incluindo passaporte válido, comprovante de hospedagem e passagem de retorno.
- Verifique se há necessidade de cadastro prévio, caso o país de destino já tenha implementado totalmente o EES.
- Acompanhe atualizações oficiais de órgãos como a UE e os consulados locais.
Conte com apoio especializado para garantir que o seu processo migratório, de visto ou residência, esteja em conformidade com as novas regras.
Funcionamento por fases: cronograma e transição
A introdução do EES/SES será gradual, ao longo de seis meses, de 12 de outubro de 2025 até abril de 2026. Os pontos de fronteira irão adaptando seus sistemas e equipamentos conforme a disponibilidade tecnológica e operacional.
Durante esse período, muitos aeroportos ainda usarão conjuntamente os controles tradicionais e os terminais automatizados.
Quando a implementação for finalizada, os carimbos nos passaportes deixarão de ser usados como registro de entrada/saída nos pontos externos do Espaço Schengen.
Benefícios esperados e desafios
Potenciais ganhos
- Maior rapidez nos cruzamentos fronteiriços, depois de concluída a fase de adaptação
- Registro automático e confiável da duração da estadia dos visitantes
- Maior controle contra fraudes, imigração irregular e uso indevido de documentos
- Simplificação dos processos de verificação de histórico de entradas e saídas
Desafios iniciais
- Sobrecarga nos pontos de entrada com grande fluxo de passageiros
- Necessidade de investimento em infraestrutura nos aeroportos e terminais
- Capacitação dos agentes de fronteira para operar os novos sistemas
- Esclarecimento aos viajantes, para que conheçam o novo procedimento
- Questões sobre proteção de dados e privacidade biométrica
Prepare-se e viaje com tranquilidade. A Start! Be Global vai estar com você nessa mudança
A implementação do sistema digital de fronteiras da União Europeia — EES/SES — marca um ponto de inflexão na forma como viajantes não-europeus entrarão no Espaço Schengen. Embora a proposta vise modernizar, agilizar e tornar mais seguro o controle de fronteiras, os primeiros dias revelaram desafios importantes: filas prolongadas, adaptações tecnológicas e falta de familiaridade dos viajantes com o novo processo.
Para os leitores do blog da Start! Be Global, a mensagem é: preparar-se com antecedência e informar-se bem. O novo cenário exige não apenas documentos válidos, mas também paciência e atenção ao novo protocolo de entrada digital. Com o tempo e ajustes operacionais, o processo tende a se tornar mais fluido, porém, as semanas iniciais certamente exigirão resiliência dos passageiros.
